Quando lemos as sagradas escrituras e verificamos a sagacidade do povo em condenar Jesus a morte, não entendemos como os mesmos homens e mulheres que gritavam: “Hosana ao Filho de Davi” puderam dias depois gritar: “Crucifica-o”. Parece um absurdo, um paradoxo.
Nos últimos dias tive a impressão de estar vendo a mesmas cenas, mas com personagens diferentes. Como os católicos são influenciados por uma mídia que cultua a morte. Como apresentadores esbravejam palavras de ordem contra a igreja chamando-a de retrógrada e machista em seus programas que se auto-intitulam fazedores de Justiça. Os mesmo formadores de opinião que dizem estar emocionados quando Bento XVI estive em terras brasileiras, os mesmos que viajam até Fátima em Portugal, santuário Mariano, para pagar suas promessas por graças e curas recebidas. Quem dera se esta voracidade em caluniar e difamar fosse exercida para defender e compreender. Num momento de extrema angústia e comoção nacional, num momento em que a fragilidade de uma sociedade que está perdendo seus valores está exposta, homens e mulheres se aproveitam dos fatos lamentáveis como os acontecidos na cidade de Alagoinha em Pernambuco para disseminar uma cultura pró-aborto.
Levados pela mídia que nem se quer tenta compreender o papel da Igreja e que injeta nos corações de várias pessoas influenciáveis e sem opinião própria aquilo que elas devem pensar e de que modo devem agir, as pessoas optam sempre pelo mais fácil e por aquilo que nos traz menos problemas. É a cultura do descartável.
Fica aqui minha indignação em relação a este doloroso caso. Como já não bastasse a uma criança ser molestada sexualmente por aquele que a deveria proteger, agora sem entender absolutamente nada do que está acontecendo (as “autoridades” disseram a menina que ela tinha vermes) também é vítima de outra violência. Violência esta, silenciosa, que muitos querem ver não mais como uma contravenção, pelo simples fato de que sua execução já é largamente difundida pelo país, mesmo que ilegal. Deveríamos legalizar o homicídio também, pois ele acontece todos os dias em todas as cidades. A única diferença é que não mais na surdina e sim aos olhos de todos.
Que os gêmeos que agora estão no céu intercedam por nós, gênero humano, e por nossa insanidade.
Anselmo José
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