segunda-feira, 27 de abril de 2009

As prisões dos dias de hoje

Quantas vezes você olha no relógio, durante o dia?
Quantas coisas você deseja comprar?
Quantos pensamentos você dedicou somente a você?
O que você mudaria em sua aparência?

Claro que não falamos mais em senzalas e nem senhores. Não temos mais o tronco e os chicotes... porém, os tempos modernos não são feitos de homens e mulheres totalmente livres. É uma escravidão velada, subjetiva, sorrateira.

Uma delas é a escravidão do tempo, do horário, do relógio. Que o tempo é uma convenção humana todos sabemos. Agora que ela nos escraviza, poucos percebem. A gente tem horário para acordar e dormir, horário para comer, tomar banho, trabalhar... e aí de mim se quiser dormir mais 5 minutos. Tudo mais se atrasa. Onde vou estacionar meu carro? Quem fechou todos os semáforos? Ai meu Deus, meu relógio está atrasado!

Outra forma de prisão é o consumo. Eu tenho pra mim que, a burguesia se instalou no mundo, trouxe junto um vício: o consumo. Já reparou como hoje em dia, tudo gira em torno do comércio? Como este segmento da sociedade tem poder para decidir sobre muitas coisas de nossas vidas? O comércio é quem manda no pedaço. Agora não querem mais feriados, não respeitam domingos, feriados santos. Tudo tem que vender 24 horas por dia... eles fazem de tudo para vender. Inclusive, criam nossas necessidades. E nós acreditamos. Acreditamos que precisamos ter e não ser. Acreditamos nas propagandas e todos os rótulos; fazemos nossos passeios no shopping, não mais nos parques, nos clubes, nas praças ou na casa de familiares e amigos. Ah, e adoramos uma lojinha de conveniência.

O homem também se tornou escravo do eu. Virou egoísta e egocêntrico por excelência. Perdeu a capacidade de ouvir e ver o outro. Esqueceu que a felicidade se constrói fazendo o outro feliz. Deixou de construir pontes e passou a viver em ilhas. Não se preocupa com os direitos alheios, somente os próprios direitos é que valem. Não nos comunicamos, não dialogamos... estamos perdendo capacidades inerentes ao ser humano e nos aprisionando em nós mesmos.

E, a que mais me atinge: a escravidão da ditadura da beleza. Desde os relatos mais antigos da vida social, o homem estabeleceu padrões de beleza. E isso se mantém ainda hoje. Ser gordo, baixo, ter pescoço alto, pés pequenos, pele branca são alguns dos parâmetros de beleza ditados por determinados povos. Contudo, o que temos vivido é uma verdadeira ditadura. Alguém determinou (e eu juro que gostaria de descobrir quem) que todas as mulheres do mundo, só serão admitidas como belas se forem magras, muito magras, com curvas, sem celulites, estrias, rugas. Alguém padronizou as medidas das roupas, dos calçados e as dividiu em roupas para mulheres bonitas e roupas para as outras (que, aliás, é a maioria). A gente fica de dificuldade de se aceitar, se sentindo feia porque não temos o corpo, a pele, o cabelo da atriz da TV, lugar este que só mostra mulheres exuberantes. E ficamos com medo do marido, namorado ficar a gente, sonhando com a modelo magra.

Acho muito triste estas constatações. É triste nos perdemos na superfície, esquecermos nossa essência e nos deixarmos aprisionar. É triste nos enchermos de grilhões, algemas e passarmos a vida sem experimentar a verdadeira liberdade. Nós reduzimos o ser humano ao nada. Eu não sou apenas isto. Quero ser livre. Quero SER... profunda, inexplicável e totalmente eu. Quero viver no mundo, mas não pertencer a ele. Livre, do jeito que Deus me fez!

terça-feira, 14 de abril de 2009

SOU DO CONTRA!!!

Ando levemente desconfiada que sou meio do contra. Pensando bem: sou inteira, absoluta, completamente do contra. Só pode ser... somente isto explicaria algumas coisas que vejo, ouço, leio e, com as quais não concordo.

Eu acho que criança tem que ser criança. Ela vai ter bastante tempo para ser adulta e se ocupar das coisas pertinentes à idade adulta. Então, criança não namora, e nem acho “bonitinho” coisa nenhuma!!! Isto só serve para despertar a sexualidade precocemente. Criança tem roupas, acessórios, itens de higiene próprios de criança, não é? Por isso não concordo em ver meninas usando saltos altos, usando maquiagem, esmaltes... minha filha que me perdoe e Deus que me ajude, mas se depender de mim, ela vai aprender a ser mulher depois que souber o que é ter infância.

Quando eu era criança meu pai me ensinou: “o seu direito termina quando começa o do outro”. E eu aprendi. Hoje, vivo lamentando que outros pais não tenham explicado o mesmo a seus filhos. Acho que todos deviam ter aulas de cidadania na escola. Por que é que tem gente que acha que tem o direito de jogar o seu lixo na cidade dos outros??? Por que tem gente que inventa para si a fila dupla? Por que meu nariz tem que aguentar a falta de zelo com o meio ambiente e com saúde daqueles que fazem queimadas??? O que faz certos indivíduos crerem que todo mundo a sua volta está interessado em ouvir a mesma música que ele, na mesma hora e no mesmo volume??
São tantas perguntas sem respostas, sem que certas criaturas me expliquem, que chego a achar que sou minoria. Tem hora que sou pior que cachorro: sou muito, muito territorialista. Mas procuro ter noção do meu espaço e o do outro. E tento respeitar isto também. Aliás, esta regra vale para muita coisa na vida: não invadir privacidade, não se intrometer; ter noção de horários, cidadania, zelo pelo que é público e privado.

Acho extremamente pertinente e de suma importância a reciclagem. Eu e toda população temos que agradecer aos catadores, que nos fazem o favor de levar nossa pet, nossa latinha. Contudo, por que alguns precisam rasgar nossos sacos de lixo e largar tudo bagunçado, sujo??? Gente!!! Vamos ser um pouco mais altruístas... eu estou cansada de desejar conhecer o primeiro mundo, com pessoas que se preocupam com a sociedade de uma forma tão linda, que parece que é próprio filho que está ali. Estou cansada de ver gente querendo levar vantagens, de dar “jeitinhos”.

C-H-E-G-A!!!

E falo mais: meu filho não namora, porque é criança; se fizer queimada perto da minha casa, eu denuncio; se jogar lixo no chão, na frente eu aviso para pegar. E quando eu fizer algo errado também quero ter a chance de ser corrigida.
É preciso cuidar das crianças, do meio ambiente, do outro, da saúde do outro. O mundo não gira em torno de uma única pessoa. E lembrar que “na vida as pessoas não estão dispostas em fila indiana e, sim, em círculo. Desta forma, tudo o que eu passar para pessoa ao lado, acabará voltando para mim”.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A loucura da Cruz!!!

Andei por muitos lugares. Conheci muitas pessoas. Sorri, chorei, vivi... mas, em nenhum lugar e nenhuma pessoa pude sentir tanto amor, como quando mirei o Crucificado.
Já busquei o amor em muitas fontes... algumas erradas, algumas sem tanto amor... e, descobri que fui criada à imagem e semelhança de um Deus que é amor. Assim sendo, não posso eu ser preenchida com migalhas, com esmolas, com paixões. A minha alma tem sede e fome de um amor eterno, inteiro. Somente este amor pode saciar minha carência e preencher minha alma.
Eu sou mãe... uma mãe muito feliz e realizada. Conheci então, o que considero o maior amor humano. O amor de mãe é o que mais me ensina sobre o de Deus. A mãe tem a força visceral de amar. Ama incondicionalmente, eternamente, despretensiosamente.
Mas, de toda minha busca, nada se compara à loucura daquele amor derramado em uma cruz. Nenhum olhar me amou mais, me perdoou mais e me compreendeu mais. Um Deus que se esvai em sangue, que se entrega amando, por mim, que muitas e muitas vezes Dele fugi, a Ele neguei e ainda acrescentei mais pecados naquela cruz.
É a loucura mais divina que eu conheço. É o amor mais sublime. O amor do crucificado me confunde, me constrange, me desconcerta. O crucificado me enxerga. Me vê como quase ninguém me vê na vida. Não me questiona, não me cobra. Apenas me ama. É a loucura mais sã, mais sadia, mais salvífica e misericordiosa.
É olhando para cruz que sei quem sou. Só lá encontro meu equilíbrio.
Eu tenho um Deus que me ama. E toda Páscoa eu tenho a chance de olhar para Ele e dizer se valeu pena ou não... só que desta loucura eu não quero fugir...