quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Para não dizer adeus!

Eu pensei em escrever algo sobre a grande tragédia no Haiti, mas não consegui reunir suficientes palavras para descrever o sentimento que sentia.
Eu pensei em falar da grandiosidade dos gestos que o mundo todo tem manifestado de forma solidária, porém, sou pequena demais para expressar algo tão imenso.
E falar dor, neste momento seria ser desnecessária.
Acabei relfetindo sobre o maior nome de expressão das perdas entre os brasileiros: Dr.ª Zilda Arns.
Contudo, não quero refletir sobre o impacto da morte de uma mulher do porte de Dr.ª Zilda... pensei na vida dela... acabei pensando sobre quando ela começou o trabalho, pelo que se tornou tão conhecida. Ela tinha quase 50 anos. E isto me chamou muito atenção. Porque, em geral, as pessoas pensam que nesta faixa etária não há mais nada para se fazer, para se iniciar. Ela começou toda uma vida e, com isso, foi capaz de mudar aquilo que ninguém gosta de olhar.
Sua inspiração, D. Zilda explicava foi Jesus Cristo através do Evangelho, com sua multiplicação de pães e peixes.
Sempre é possível recomeçar... sempre é possível fazer algo novo... sempre é possível fazer o que não se imagina. Ela quis ser útil. E fez a diferença.
O fim não é sabido, ninguém sabe quando ele chegará. Nós não podemos parar.
Quantas missões teremos ao longo de nossa vida??? Não podemos nos esquivar de nenhuma. E não importa quando, a que tempo elas apareçam.
Não sabemos qual será a última. O que importa, é que todas sejam encaradas com coragem.
A dela foi uma palestra, numa Igreja no Haiti. Triste, doloroso... mas que selou a dignidade desta médica.
Não deixe que nada atrapalhe e limite sua capacidade. Se for preciso, mude... comece tudo de novo. Nós podemos chegar a lugares totalmente impensados.
Para não dizer adeus, temos que deixar grandes rastros de luz... porque é a luz que acalenta na hora da partida.

2 comentários:

  1. Belíssimo e lúcido texto, Andréia. Obrigada por me proporcionar esse momento de reflexão. Foi muito interessante você parar para observar o feito da Sra Zilda pelo ponto de vista do tempo em que ela começou, tentando algo numa altura da vida onde as pessoas estão preocupadas com a aposentadoria. Ela fez diferente. Ela era uma mulher diferente, não é. Era um exemplo diferente...

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  2. Olá, Andréia, tudo bem?
    Ao visitar seu blog agora de manhã cedo, me deparo com este lindo texto. Não conhecia o trabalho da Dra. Arns (por pura ignorância minha); de fato era uma mulher muito corajosa e acima de tudo muito humana. Um exemplo de vida.
    Obrigada pela visita e pelo carinho, vizinha! ;)
    Bjs

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